quinta-feira, 5 de abril de 2007

2. História da publicidade



Inúmeros autores defendem que a revolução industrial (Séc. XVIII) criou as condições necessárias para o nascimento da publicidade. Brochand, Lendrevie e outros (1999, pág. 27) indicam alguns factores explicativos da origem da Publicidade: “Nascida com a revolução industrial, a produção em série, a urbanização, e com advento dos grandes meios de comunicação e de transportes.”

Outros autores, dão principal importância ao aparecimento de uma burguesia forte como principal condição para o nascimento da publicidade. “A publicidade nasce como um instrumento tipicamente burguês e como tal não se consolidará até que esta classe chegue a ser hegemónica” (González Martin, 1987). Esta frase explica o tardio desenvolvimento da publicidade em Portugal.



Em Portugal

Apesar da Publicidade datar do séc. XVIII, em Portugal, o seu início foi mais tardio. No entanto, apenas há registos a partir de 1932, pois foi nesse ano que foi decretada a lei do depósito legal, que obriga todas as empresas de publicações a constituírem um registo de todos os seus exemplares. Porém, os meios de comunicação social apresentavam um fraco desenvolvimento, que era explicado pela instabilidade governativa até 1926, data em que se inicia a ditadura militar que se prolonga até 1933, pela elevada taxa de analfabetismo e dificuldades económicas. Só em 1932 é que surgem as rádios organizadas, como a Emissora Nacional, Rádio Clube Português, Rádio Renascença, entre outras. O cinema, apenas no mesmo ano que a rádio, começa a ter uma importância relevante, devido à inauguração do estúdio da Tobis. Tem então início a época de ouro do cinema português.

Em 1932 Salazar torna-se presidente do Conselho de Ministros e em 1933 é instaurada a constituição que inaugura o chamado Estado Novo que se prolonga até 1974. Trata-se de um período chave marcado por um clima nacionalista, conservador e anti-liberal, assinalado por uma estabilidade governativa e equilíbrio económico.

No período de 1932-1938 verifica-se um fraco desenvolvimento publicitário e a continuidade das suas características em relação ao pouco que se conhece do período anterior.

A situação provocada pela 2ª Guerra Mundial, desfavoreceu o negócio publicitário, por isso, este só surgiu com alguma força no período pós – guerra, intensificando-se nos anos seguintes. Este crescimento tem forte ligação com a fase da industrialização e ao alargamento de uma classe burguesa com poder económico, mas também está ligada à média e pequena burguesia consumidora que aumenta nesta altura o seu nível de instrução.

Em 1960, Portugal tem cerca de 112 mil estudantes no ensino superior, gerando uma pequena burguesia e operariado qualificado. É a educação que permite um alargamento de horizontes e a descodificação das mensagens publicitárias, sobretudo quando elas se transmitem de uma forma mais sofisticada.

Entre 1963-1970, a economia portuguesa sofre um desenvolvimento acelerado, que leva à rápida modernização da sociedade nos seus diversos aspectos, o que origina condições favoráveis para o desenvolvimento da publicidade em Portugal. Verifica-se nesta fase, uma entrada de muitas empresas multinacionais, assim como um enorme reforço de investimentos das já existentes. Até à data, as maiores empresas a publicitar são a Lever, as empresas do grupo CUF, a Philips, a Bayer, a Rennie entre outras.

A revolução militar de 1974 põe termo a este ciclo de vida da sociedade portuguesa, restabelecendo a democracia e originando um mundo novo em todos os aspectos. Verifica-se também uma desorganização na economia entre o período revolucionário (1974-1976).

O período de 1976-1985 é caracterizado por um lento crescimento da publicidade, quer em termos quantitativos, quer em termos qualitativos.

Ao nível dos meios, o progresso televisivo que se inicia em 1982, com as emissões regulares a cores e da rádio traz grandes vantagens para a publicidade. O cartaz evolui em novos formatos, a imprensa continua a perder a sua importância para a televisão e dá-se o desaparecimento de alguns títulos jornalísticos, como o caso d’ “O Século”.

Entre 1986-1999 a publicidade cresce rapidamente. A adesão à comunidade europeia favorece a entrada de grandes empresas multinacionais e reforça novamente as já existentes. Com o desenvolvimento de novos mercados, cria-se as melhores condições para o desenvolvimento da publicidade. Com o conceito da globalização, surgem inúmeras agências publicitárias em Portugal.

Com o desenvolvimento dos meios e das técnicas, o preço real da publicidade apresenta um decréscimo, o que leva a um aumento de anúncios até ao dia de hoje.

1 comentário:

Ana Paula Cruz disse...

Logo aqui abaixo, no textinho sobre tendências da pub., uma cópia de texto integral sem referência à fonte... Vcs esquecem-se que todos nós andmos na Net, certo? Ai, ai...:
"A publicidade vai variando de acordo com as diferentes culturas e realidades sociais, sincronizando com o tipo de produto/serviço que tem para oferecer"