quinta-feira, 5 de abril de 2007

5. Críticas à publicidade

Nos dias de hoje, faz-se de tudo para vender. Esta é a principal razão para publicidades como a da revista Rolling Stone, da Dolce & Gabanna e Armani, em que utilizam imagens provocantes, muitas vezes, censuradas.

_Rolling Stone:

As fotos que remetem para o Papa Bento XVI em pose de Marilyn Monroe e para a mão de Michael Jackson segurando a de uma criança terão sido eliminadas da campanha oficial da Rolling Stone. A forte reacção popular produziu estragos imediatos.























































































_DOLCE&GABBANA:

A campanha publicitária da Dolce & Gabbana, com mulheres de facas, chega aos meios de comunicação italianos entre pesadas críticas. Segundo a repartição italiana de Amnistia Internacional (AI), a publicidade "representa uma apologia ao uso da violência nos confrontos das mulheres e é uma posição inaceitável dos dois estilistas italianos às vésperas do Dia Internacional da Mulher".

A Amnistia Internacional insinua que, como ocorreu recentemente na Espanha, a campanha corre o risco de logo ser retirada de circulação. A publicidade já sofreu críticas também no Reino Unido, onde a Advertising Standard Authority (ASA, órgão britânico que regula a publicidade), disse ter recebido mais de 150 mensagens de protesto, dizendo que a imagem exalta e promove a violência criminosa.






































_Armani Junior:

Em Espanha, a publicidade usada pela Armani para o público infantil, foi fortemente contestada. Desta vez, a reacção coube ao Defensor do Menor, Arturo Canalda que acousou a Armani de incitar ao turismo sexual através da imagem de duas meninas asiáticas maquilhadas e vestindo roupas supostamente adultas.

Já em 2004, a imagem de um rapaz em tronco nu e calças largas levou a que a Autoridade para os Valores na Publicidade inglesa condenasse a sua publicação alegando que a Armani sexualizava as crianças.


























_RENAULT CLIO 2 LUGARES:

O novo Renault Clio 2 lugares ocupa duas páginas para se poder mostrar numa pista de skate no topo dum prédio no meio de outros arranha-céus A imagem impressiona.

As curvas da pista e a ligeira inclinação criada pela posição da câmara fotográfica dão um movimento vigoroso ao carro parado. E o movimento é circular, cria um círculo imaginário para além da fotografia. A pista está transformada em estrada de asfalto, mostrando bem pintados os traços de permissão de ultrapassagem.





















_COMPAL FRESH:

Este produto exemplifica uma vez a preocupação da Compal Institucional para o aquecimento global. Chegou até a criar um site de apoio ao seu movimento, protagonizado pelo Compal Fresh. A publicidade ostenta a imagem jovem, o ser feliz fazendo algo que irá tornar melhor o futuro global, conseguindo conciliar a diversão com os problemas ambientais.






_OPTIMUS:

A Optimus recorre à multidão para sugerir que já atingiu a massa crítica de clientes. Umas pessoas atrás das outras vão-se lançando à corrente do rio (a Optimus) formando uma massa de gente imensa que é levada sem esforço pela água. Quem fica na "margem" fica a vê-los passar, isto é não beneficia de fazer parte da massa de clientes da operadora.






_TMN BANDA LARGA:

Outro operador de telecomunicações recorreu também à multidão, neste caso repetindo o uso do conceito. O anúncio da TMN mostra um jovem teletransportado para uma banda, que está "cada vez mais larga". O uso da metáfora está aqui igualmente próximo da realidade, pois faz-se uso da palavra banda no seu duplo sentido de conjunto de músicos e de canal de transporte de sinal. Nas imagens finais, a banda de música não pára de crescer com mais músicos. O anterior recurso da TMN à multidão de bandeiras, com uma bandeira em casa, era mais eficaz do que este anúncio de reduzida imaginação.







_ MILLENIUM BCP:

Com palavras a mais anda também um super-herói da acção, James Bond, ou o seu epígono Paulo Pires, na campanha do Millennium. O caso passa-se num banquete e Ricardo Carriço é o cliente "Prestige" do banco, representado por Pires. Dialogam sem fim e depois selam um "compromisso de ouro" através da oferta duma caneta Montblanc ao cliente. O ambiente está bem criado, mas teria sido preferível que Pires e Carriço tivessem ficado como o BPP: sem palavras.

Eles falam demasiado conteúdo sem chegarem a entrar em acção. Até parece que nem se mexem, o que não corresponde às ideias feitas que temos dos filmes tipo James Bond. Há um erro no anúncio: o facto de um sugerir Bond faz com que o outro devesse ser o mau da fita na lógica da literatura popular em que os romances de Ian Fleming se inscrevem. Ora Carriço começa por representar o papel de mau, mas depois a coisa não desenvolve porque, afinal, ele também é bom (é cliente). São os dois bonzinhos, o que cria algum ruído adicional.

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